Wicked Tales

Ela acordou constrangida e culpada. Era normal depois de mais uma noite com ele.
Por quê?
Talvez porque ele era a razão de sua vida ter caído aos pedaços, talvez porque todas as vezes que eles ficavam juntos imagens de suas filhas passavam por sua cabeça. O fato de tê-la abandonado por um cara que não fazia nada exceto tratá-la mal era algo que com que havia aprendido a viver.
Mas simplesmente pelo fato de a sociedade determinar necessário que a mulher cumpra todos seus deveres em casa, essa mesma sociedade ignora todo e qualquer sentimento oculto e exótico que é onipresente ao ser humano.
Sentimentos que passam a ser representados por uma forma artística por que não podem ser explícitos aos olhos de observadores juízes.
Depois de refletir mais sobre isso, ela recorda ter visto um filme... um que representava bem as necessidades dos seres.
Nele, a hora em que havia acordado tem significados ocultos que são difíceis de acreditar.
Não importava, o que a acordou foi o barulho dos carros lá fora, o ronco dele na cama e o choro de sua filha em seus pesadelos.
Não tinha nada a ver com o fato de 3 da manhã ser a hora das almas perdidas.